| José e Pilar - O FILME |
São cerca de 2 horas de puro enriquecimento. Atrevo-me a dizer que é um filme que marca a minha vida.
Não é fácil gostarmos de Saramago. A controvérsia define-o, dos pés à cabeça. Contudo, há nele algo que nos deveria prender a todos: a inquietude.
Passo a citá-lo:
Eu não escrevo para agradar, nem para tão pouco desagradar. Eu escrevo para desassossegar.
Ele não se conforma. E penso que é isso mesmo que me leva a querer lê-lo. Ler as suas críticas convence-me de que sou livre.
Aquando da cerimónia da entrega do Prémio Nobel da Literatura, Saramago faz um discurso, que a mim me toca, pela simplicidade e genialidade do mesmo. Perante senhores de grande nome e claro, um público dotado de um certo prestígio, o escritor afirma, com convicção, que o maior sábio que conheceu em toda a sua vida fora analfabeto - o seu avô. É de louvar que numa hora de tamanha grandeza, José se lembre precisamente daquilo que foi o seu início. E o que mostra isto, se não gratidão e humildade?
Quanto a Pilar... Bom, Pilar surge como a força motora de Saramago. E isso está tão presente neste filme. Dá até para entendermos o foco propositado que Saramago coloca sobre as mulheres das suas obras.
O escritor chega a dizer mesmo:
É uma notável história de amor. Daquelas que não morrerá mesmo depois da morte. E se virem o filme de certeza que irão perceber estas minhas palavras.
Existem tantos pormenores que são só deles os dois. É uma relação tão cúmplice, tão simples e, no entanto, tão densa. É inexplicável o amor que os une, apesar dos 30 Invernos que os separam. E aqui se confirma, definitivamente, que o amor não escolhe caras, nem tão pouco idades. Acontece.
Numa conversa entre os dois, Pilar confronta-o com a sua utilidade na relação e pergunta O que queres que faça afinal na tua vida?, ao que Saramago responde Quero que me continues.
As falas. São todas elas uma peça de arte, na minha opinião. A maneira como ele as dita, como se fossem uma certeza pensada e, contudo, surgem de forma espontânea e imediata.
Esta maravilhosa espécie de documentário é, para mim, um ciclo. É a vida. Ele explica-a. De uma forma descomplexa e sem rodeios.
Obrigada Saramago, por teres existido, por teres, sobretudo, desassossegado.
Fiquei com uma enorme vontade de ver o filme.
ResponderEliminarJá tinha visto no teu instagram, mas aqui está bem explicito :p acho que comoveste-me!
ResponderEliminarE vou ter que ver este filme Inês :p
beijinhooo ❤
r: sim fofinhaa :) estou num grupo de jovens à quase 3 anos e gosto muiiiiiiito! mas nem é das coisas que mais fale aqui até. Que fofinhaaaaaaaaaa Inêssss! fazes-me sentir ainda melhor do que já me sinto com os teus comentários, ahah obrigadaa *.* tenho que te perguntar se estás doentes, tens posto menos fotos no instagram xp
ResponderEliminartenho que o sacar e depois digo-te :p durante a semana irei ter mais tempo de o ver!
Inês, eu escrevo mais neste blog se quiseres dar uma vista de olhos: http://lipstick-onmycigarette.blogspot.com/
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